segunda-feira, 5 de agosto de 2013

Não é mais possível esconder o Integralismo

Leonardo Matos
06 de Agosto de 2013

Nas últimas semanas pudemos notar que o integralismo é novamente parte do cenário nacional. Matérias quase que simultâneas em jornais de grande circulação no Rio de Janeiro e em São Paulo dão conta do inquestionável ressurgimento do ideal que, nós sabemos, jamais esteve realmente esquecido.

Em matéria intitulada “Rio vê renascimento de movimentos políticos conservadores”, publicada pelo jornal “O Globo” no último dia 27 de Julho, foi transcrita uma entrevista concedia pelo atual vice-presidente municipal da Frente Integralista Brasileira no Rio de Janeiro, o estudante de comunicação da PUC-Rio, Caio Souto, de 20 anos, na qual ele esclarece pontos cruciais sobre a doutrina integralista, bem como descreve brevemente sua trajetória pessoal dentro da FIB. O membro do núcleo municipal do Rio de Janeiro deixa claro em sua entrevista que:

“Somos nacionalistas, conservadores e contra a violência como meio político. Somos a favor da democracia.” [1]

Em que pese o interesse dos grandes órgãos de imprensa pelo “renascimento integralista” ter surgindo apenas nos últimos meses, não é de hoje que o crescimento exponencial do número de adeptos e simpatizantes da doutrina do sigma é acompanhado de perto e com grande apreensão por órgãos de mídia alternativa de orientação esquerdista.

Blogs e publicações de esquerda na internet já noticiavam o novo florescimento dos ideais integralistas desde a realização do 1º Congresso Integralista para o Século XXI em 2004, conforme pudemos observar no portal denominado “Centro de Mídia Independente”, em uma matéria “artesanal” publicada em 01 de dezembro de 2004, intitulada “Congresso Integralista em São Paulo” [2].

Publicações em páginas radicais de extrema esquerda possuem, de forma cada vez mais recorrente, alusões ao integralismo. Obviamente que o fazem com total desconhecimento doutrinário e, na maioria das vezes, de forma maliciosa e desonesta, como no caso de matéria intitulada “Os Integralistas e a Universidade de São Paulo”, publicada em 20 de dezembro de 2011 no portal do micropartido denominado Partido da Causa Operária (PCO), um partido de extrema-esquerda que atua dentro do Campus da USP e outras universidades, bem como possui grande infiltração no movimento estudantil, onde prega suas ideias radicais de guerra e violência entre as classes.

No texto citado no parágrafo anterior, o “autor incógnito” (os textos do portal citado, em sua maioria, não são assinados) comete a ignorância (ou a malícia) de alegar que a revista Veja seria integralista, com a fracassada intensão de fazer o leitor acreditar que os integralistas desejam “desmobilizar os estudantes” [3]. Ainda assim, esse é mais um claro sinal que o crescimento integralista é perceptível.

Recentemente, em 03 de junho de 2013, a revista “UNESP Ciência”, concedeu ao integralismo duas página inteiras, tendo sido entrevistado nesta ocasião o diretor administrativo nacional da Frente Integralista Brasileira, Lucas Pavão Xavier, de 32 anos. A matéria da revista universitária ressalta o altíssimo número de acessos semanais ao portal da organização integralista:

“Mas o principal canal de transmissão delas [ideias integralistas] é o site, que tem por volta de 60 mil acessos semanais. Segundo ele, a maior parte dos que querem conhecer o neointegralismo são homens jovens, e os picos de acesso ocorrem por ocasião das eleições, o que é interpretado como um sinal de inconformismo com o quadro eleitoral brasileiro.” [4]

Após os protestos realizados no último mês de junho de 2013 em todo o Brasil, não foi difícil encontrar publicações que registrassem a inúmera quantidade de compatriotas que foram às ruas para demonstrar a sua insatisfação com a falência de todos os partidos políticos contemporâneos, falência esta já ampla e claramente denunciada pelos integralistas, demonstrando a penetração cada vez maior do ideário integralista.

A última publicação de que se tem notícia, desta vez veiculada pelo jornal “O Estado de São Paulo” no último dia 04 de Agosto de 2013, é a matéria escrita pelo jornalista Sérgio Augusto, intitulada "Verde-galinhismo"[5], na qual o autor utilizou-se de parte da entrevista concedida pelo vice-presidente municipal da FIB no Rio de Janeiro, Caio Souto, para com o sarcasmo, ironia e a desinformação usuais, admitir e confirmar de forma definitiva a consolidação contemporânea do integralismo brasileiro.

Assim como a revista da UNESP, que ressaltou as 60 mil visitas diária ao portal integralista, o jornalista do Estado de São Paulo também ressalta o poder que a internet teve na divulgação da doutrina integralista, citando os mais de 2 mil simpatizantes registrados na página da FIB no “Facebook”.

É inegável que o interesse dos órgãos de imprensa sobre o integralismo é proporcional ao crescimento de adeptos e simpatizantes. Mesmo diante da divulgação contínua do avanço e do crescimento do integralismo na contemporaneidade, muitos grupos ainda tentam de todas as formas desinformar e ridicularizar o movimento, empreendendo desesperadas tentativas de negar o seu ressurgimento diante da sociedade brasileira. Essa negação, porém, é a maior representação filosófica da consolidação do integralismo nos dias atuais. Como escreveu Plínio Salgado no livro “A Quarta Humanidade”, esta é uma “negação que afirma”, já que só nega verdadeiramente quem ignora:

“Em matemática, equivalem-se o sinal mais e o sinal menos; ambos consideram quantidades em possibilidade, o que representa, em última análise, quantidades em afirmação (...) nega, na verdade, apenas o que não pensa, o que se desinteressa (...)” [6]






[1] http://oglobo.globo.com/rio/rio-ve-renascimento-de-movimentos-politicos-conservadores-9226513 - acessado em 05/08/2013.
[2] http://www.midiaindependente.org/pt/red/2004/12/295958.shtml - acessado em 05/08/2013.
[3] http://www.pco.org.br/movimento-estudantil/os-integralistas-e-a-universidade-de-sao-paulo/eaeo,z.html - acessado em 05/08/2013.
[4] http://www2.unesp.br/revista/?p=6378 - acessado em 05/08/2013.
[5] http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,verde-galinhismo-,1060442,0.htm - acessado em 05/08/2013.
[6] SALGADO, Plínio. Quarta Humanidade. 2ª ed. In Obras Completas. 2ª ed., vol. V. São Paulo: Editora das Américas, 1957, p. 47.

segunda-feira, 29 de julho de 2013

Algumas considerações sobre o Integralismo e a Moral Sexual

Leonardo Matos
Originalmente publicado em 22 de Julho de 2012

"Entre os Integralistas, internamente ao movimento, podemos aconselhar que sigam as orientações de suas respectivas religiões. Como Estado, não poderá o Integralismo atuar invadindo a intimidade de qualquer indivíduo ou família (ainda que em formação). Mas jamais pode ser patrocinador da promiscuidade como têm sido os governos nas últimas décadas!"

Lucas P. Carvalho - Diretor Administrativo Nacional da FIB.

Dada a polêmica gerada, acho interessante algumas considerações. Lembrando sempre que não sou dono do Integralismo e nem pretendo falar em nome de todo o Movimento Integralista. Todos são Seres Humanos, dotados de livre arbítrio para discordar.

As considerações alinhavadas aqui não foram originalmente concebidas como um artigo. Foram feitas em um debate num grupo integralista na rede social "facebook". Não fosse pelo esforço e "garimpo" do grande integralista Sérgio de Vasconcellos, administrador dos blogs Integralismo , Integralismo e História , Ação dos Blogs Integralistas (entre muitos outros), talvez tivessem sido perdidas na internet. Esse é um assunto que pode ser mais aprofundado, contudo, é importante disponibilizar estas considerações, para que sejam uma ferramenta na formação da opinião de nacionalistas, integralistas e do público em geral.

O Integralismo não é uma religião. O Integralismo é uma Filosofia e uma Doutrina Política. O projeto Integralista para a Nação Brasileira não é um projeto religioso, mas um projeto filosófico e principalmente político. São nesses campos que devemos ter a atitude que vai inspirar os nossos compatriotas.

No livro "Direitos e Deveres do Homem", Plínio Salgado fala dos direitos da Sociedade Religiosa como grupo natural (ver "O Integralismo e o Sistema de Voto Distrital" para maiores considerações sobre os "Grupos Naturais") e não de uma ou outra religião específica. Mais adiante, ainda no capítulo em que Plínio trata dos direitos da Sociedade Religiosa, aos integralistas católicos ele cita a Encíclica "Divini Redemptoris" de Pio XI em que aconselha:

“a união de todos os que crêem em Deus (mesmo não sendo católicos) na luta contra o materialismo do nosso século, o que evidencia o espírito de tolerância da Igreja”[1].

Depois, Plínio cita PIO XII, que em sua Alocação ao Sacro Colégio, continua o pensamento de PIO XI:

“Não vacilem (os católicos) em unir esforços com os daqueles que, ainda que estejam fora de suas fileiras encontram-se, todavia, de acordo com a Doutrina Social da Igreja Católica e estão dispostos a percorrer o caminho traçado por ela, que não é o caminho das perturbações violentas, mas o das experiências provadas e o das enérgicas resoluções”[1].

A Doutrina Social da Igreja Católica está descrita na encíclica "Rerum Novarum - Sobre a Condição dos Operários". É um documento em que a Igreja descreve como ela acredita que uma sociedade deve se organizar socialmente e politicamente. É um documento de orientação política e não teológica. É nesse documento que o Integralismo se inspirou para construir seu projeto político. Leiam a encíclica "Rerum Novarum" e encontrarão a extrema semelhança com o Manifesto de Outubro de 1932. Quando falamos que o Integralismo é inspirado na Igreja Católica, é principalmente disso que estamos falando.

Sobre a castidade antes do casamento, isso é um valor moral religioso cristão com certeza. Mas para o Integralismo de nada adianta o cidadão ser casto antes do casamento, mas oferecer propina a um policial durante uma "blitz" ou então aceitar vantagens em função de um cargo que ocupe.

É bem verdade que a busca desenfreada pelo prazer, a promiscuidade, é identificada por Plínio Salgado como uma manifestação do Espírito Burguês materialista no livro "O Espírito da Burguesia". Ele escreve:

“Os burgueses entregam-se à luxúria, possuem várias concubinas além da esposa legítima, não se respeitam reciprocamente quando tratam de conquistar recíprocas mulheres”[2].

Nesse ponto, falando politicamente e não religiosamente, acredito que cabe a reflexão: É fato que o Integralismo combate os valores materialistas, no entanto, onde estão realmente os valores materialistas burgueses? Simplesmente na prática do sexo antes do casamento ou na banalização do sexo, da promiscuidade e da busca descontrolada pelos prazeres, seja antes ou depois do casamento? Um casal jovem, fiel, com intenções reais e sérias de formar uma família, que pratica o sexo antes de oficializar sua união pode ser condenado pelo Integralismo (como movimento político), sob o ponto de vista filosófico e político?

Ao invés de focar as politicas públicas unicamente na distribuição em larga escala de preservativos, incentivando tacitamente a promiscuidade, não seria mais responsável o Estado promover campanhas e ações fortes sobre:

- as terríveis consequências que as DSTs trazem ao organismo e ao estado psicológico do indivíduo.

- as vantagens sociais, psicológicas e físicas da monogamia.

Nesse caso sou da opinião que, sendo uma doutrina filosófica e política, não cabe Integralismo fazer o juízo de valor sobre a castidade de um cidadão antes do casamento oficializado. Não cabe ao Movimento Integralista proibir ou liberar o ato sexual antes do casamento. O Integralismo deve sim condenar a promiscuidade desenfreada e irresponsável, seja antes ou depois do casamento, pois ai reside realmente o valor materialista burguês que o Integralismo combate.






[1] SALGADO, Plínio. Direitos e Deveres do Homem. 2ª ed. In Obras Completas. 2ª ed., vol. V. São Paulo: Editora das Américas, 1957, pp. 316-317.

[2] SALGADO, Plínio. Espírito da Burguesia. 1ª ed. Rio de Janeiro: Livraria Clássica Brasileira, 1951, p. 17.