quinta-feira, 7 de junho de 2012

Integralismo, Revolução Interior e Atitude Cotidiana

Leonardo Matos
08 de Junho de 2012

É comum aos Integralistas meditar sobre a degradação moral que vitimou nossa sociedade com a adoção massiva de paradigmas materialistas na construção da vida política, social e até dos nossos conceitos filosóficos. Diante do que vemos, nos perguntamos: Onde está a Quarta Humanidade que faria a grande síntese das idades humanas, rumo à um futuro ético, moral e organizado? Onde se esconde o Homem Integral de que nos falou Plínio Salgado?

Infelizmente não encontraremos estes homens liderando a nação, em nosso governo, em nosso parlamento ou em nossos tribunais. Pelo contrário, o que observamos nesses lugares são atitudes absurdas como a do ex-ministro da justiça, o Sr. Márcio Thomaz Bastos que, após exercer o cargo mais importante do poder judiciário nacional, representando os mais altos ideais de justiça e legalidade da nação, teve a coragem mórbida de tornar-se advogado, em uma comissão parlamentar de inquérito, do Sr. Carlos Augusto de Almeida Ramos, mais conhecido como “Carlinhos Cachoeira”, um contraventor e corruptor, que personifica justamente o inverso de tudo qua a noção de justiça representa.

Muitos dirão, “ele é advogado e está em seu direito de trabalhar”; outros falarão, “qualquer homem tem direito a uma defesa justa e profissional quando é acusado”. Certamente, mesmo o mais cruel assassino tem direito a um julgamento justo e uma defesa jurídica eficaz. No entanto, não podemos considerar moral, ético, nem mesmo aceitável, um homem que a pouco tempo integrava a cúpula da justiça brasileira, defender um cidadão que está sendo investigado justamente por manter relações sombrias com integrantes dos poderes constituídos e auxiliar na corrupção dos “líderes” da nossa nação. E este é apenas um caso, dos mais recentes. Estou certo de que o leitor se lembrará de muitos outros.

Infelizmente assistimos hoje à muitas destas líderanças negativas. Temos pessoas com degradação ética, espírito frio e mentalidade genuinamente materialista governando a nação e guiando as massas desesperadas nas quais nosso povo se transformou. O brasileiro segue estas pessoas, não por crença em sua liderança ou em sua capacidade de mudança, mas por não lhe é apresentada outra opção; não lhe é apresentada outra forma de viver e de enxergar o mundo.

Onde então estes bons homens e mulheres então? Asseguro-lhes, caros amigos, para encontrá-los devemos olhar pra dentro! Para dentro de nossos núcleos e de nossas casas. Somos nós estas pessoas, e já é hora de assumir o nosso papel. Nosso povo precisa desesperadamente de bons lideres e nós devemos liderar nossos compatriotas de forma positiva.

Estamos acuados por uma civilização materialista, é verdade; adormecidos, diante do bombardeio de imoralidade e descrença que nos ataca e nos rodeia todos os dias. Mas o escudo do integralismo é forjado pelos golpes de seus inimigos! Como disse Plínio Salgado, “Indiferente à todos os martírios, [o integralismo] prossegue. Quanto mais o caluniarem, mais crescerá”. [1]

Mas em que consiste a nossa liderança positiva? O caminho mais eficaz é a ascendência moral sobre a maioria das pessoas. E a maneira mais sólida e mais acessível de demonstrar essa ascendência moral é o exemplo. O exemplo arrasta. Temos de buscar ser o ideal de ética e retidão de conduta que defendemos e propagandeamos.

Façamos de nossa doutrina um sacerdócio, em todas as áreas de nossa vida. Nossa conduta ética e moral diferenciada será um grito ensurdecedor para os nossos compatriotas, perdidos em meio a uma sociedade de valores degenerados. Vivamos a vida para a qual desejamos conduzir nosso povo e tenho certeza que será uma grata surpresa o numero de irmãos que nos imitará e nos seguirá. Plínio Salgado ja nos mostrou esse caminho quando escreveu o Manifesto Diretiva de 1945:

“Sob esse aspecto, sempre o denominamos [o integralismo] ‘revolução interior’, isto é, esforço de aperfeiçoamento de nossas almas. O integralista não somente tem o dever de ser bom pai, bom filho, bom esposo, bom irmão, bom amigo, bom profissional, bom patriota, mas deve procurar influir para que outros o sejam e o exemplo que der será o melhor dos convites.“[2]

Não existe nada que incomode mais um canalha do que uma pessoa íntegra, que aplica seus valores éticos em cada aspecto de sua vida cotidiana. A fé inquebrantável no que é correto e no futuro do Brasil, a consciência de sua espiritualidade direcionada para a nobreza, são atitudes que ferem de morte àqueles que já se deixaram degenerar pela civlização materialista.

Um fator que facilmente diferenciará o Homem Integral é a ponderação. Ponderação é um elemento sem o qual a liderança Integralista não será completa. Essa ponderação é que nos leva a tratar todos os homens com justiça, mesmo os nossos inimigos. É ela que nos faz pensar antes de manifestar uma opinião, escapando das armadilhas que armam para nos denegrir. Palavras mal colocadas em uma discussão podem ser uma grande arma para nossos oponentes.

Tenhamos em mente que não é fácil remar contra a maré. Uma maré que hoje arrasta ao comodismo, à imoralidade e à falta de ética na relações humanas. Mas são justamente essas fortes marés, que arrastam multidões aos valores degenerados do materialismo, que revelarão ao mundo que somos diferentes, pois permaneceremos em pé, onda após onda. Como Daniel, que foi jogado na cova dos leões e saiu ileso, nós sairemos também ilesos dessa cova de leões em que o materialismo transformou nossa sociedade.

O Mestre Jesus disse que as boas árvores seriam identificadas pelos seus frutos. Tornemos-nos então facilmente identificáveis! Com nossas atitudes, mostraremos o contraste inegável entre a civilização materialista, que ai está, e civilização espiritualista que queremos construir. Será esta a maior legitimidade de nossa liderança.

Por fim, devemos admitir que estamos também mergulhados nesse oceano de materialismo que cerca à todos, e somos, as vezes, influenciados por ele. No entanto, a maior virtude é a busca constante pelo aprimoramento moral, pelo auto-aperfeiçoamento, pela santidade. Muitas vezes nos surpreenderemos em condutas que podem parecer incoerentes ou incorretas, afinal somos humanos. Nesses momentos devemos ter a humildade de crescer, mudar e dar mais um passo em nossa Revolução Interior, para nos tornarmos cada vez mais Homens Integrais.

Batamo-nos então por nosso aprimoramento moral, ético e espiritual, e dessa forma, inevitavelmente lideraremos o nosso povo rumo ao futuro e à vitória.




[1] SALGADO, Plínio. Integralismo Perante a Nação. 2ª ed. In Obras Completas. 1ª ed., vol. IX. São Paulo: Editora das Américas, 1955, p. 382.
[2] SALGADO, Plínio. Integralismo Perante a Nação. 2ª ed. In Obras Completas. 1ª ed., vol. IX. São Paulo: Editora das Américas, 1955, p. 379.

Um comentário:

  1. Olá Companheiro Leonardo,
    Acompanho o trabalho que têm realizado em sua página a algum tempo e tenho aprendido muito com ele. Para mim é uma honra poder lêr um material tão bem elaborado e de tamanha lúcidez como o que tenho visto aqui.
    Valeu estarei colocando um link permanente em meu humilde trabalho para o Sigma Integralista.
    Anauê!

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